Textos para Reflexão

EU NÃO SOU VOCÊ VOCÊ NÃO É EU
Eu não sou você
Você não é eu
Mas sei muito de mim
Vivendo com você.
E você, sabe muito de você vivendo comigo?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas encontrei comigo e me vi
Enquanto olhava pra você
Na sua, minha, insegurança
Na sua, minha, desconfiança
Na sua, minha, competição
Na sua, minha, birra birra infantil
Na sua, minha, omissão
Na sua, minha, firmeza
Na sua, minha, impaciência
Na sua, minha, prepotência
Na sua, minha, fragilidade doce
Na sua, minha, mudez aterrorizada
E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim?
Eu não sou você
Você não é eu.
Mas foi vivendo minha solidão que conversei
Com você, e você conversou comigo na sua solidão
Ou fugiu dela, de mim e de você?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas sou mais eu, quando consigo
Lhe ver, porque você me reflete
No que eu ainda sou
No que já sou e
No que quero vir a ser…
Eu não sou você
Você não é eu
Mas somos um grupo, enquanto
Somos capazes de, diferenciadamente,
Eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você, vivendo comigo.

Madalena Freire

 

2 respostas para Textos para Reflexão

  1. Elaine M Della Porta disse:

    Descubra o que verdadeiramente está por trás da emoção da raiva

    A raiva é uma emoção que provoca efeitos bastante perceptíveis física e mentalmente. O corpo produz uma química que imediatamente inunda a corrente sanguínea e produz diversas reações: aumento do batimento cardíaco, alteração da respiração, sensações desagradáveis no estômago, contração ou tensão nos músculos, entre outras. Além dos efeitos físicos, a energia dessa emoção gera vários tipos de pensamentos que acabam alimentando ainda mais a raiva.
    Mas o que verdadeiramente está por trás desse sentimento? A princípio parecemos mais fortes e até mais capazes e maiores quando estamos com raiva, pois conseguiremos dizer e fazer coisas que normalmente não teríamos coragem. Só que na verdade esse sentimento pode estar escondendo várias de nossas inseguranças.
    A raiva pode esconder o medo. Imagine uma criança que inocentemente faz algo muito perigoso, como por exemplo, soltar a mão do adulto e atravessar a rua correndo. O pai ou a mãe podem ficar loucos da vida e brigar ou mesmo bater no filho. O que na verdade a raiva está escondendo é o medo que aconteça alguma coisa de mal com filho, medo da tristeza ou culpa que isso pode causar.
    A raiva de alguém pode esconder uma culpa. Imagine que tem algo que você tenha feito que o faz sentir culpado. Pode ser o abandono de um filho, ou uma injustiça contra algum amigo, algum ato desonesto, ou qualquer outra coisa. Se alguém tocar no assunto, é possível que você se defenda com raiva e agressividade ao invés de admitir seus erro e reais sentimentos. É como se você dissesse: Não toque neste assunto, pois isso me faz sentir culpado, e eu não quero sentir essa culpa, por isso eu agora fico zangado pra que você não repita mais isso!
    A raiva pode esconder uma dificuldade em dizer não e impor limites. Tem pessoas que lidam bem com a questão de impor os limites e se fazer respeitar. Conseguem perfeitamente dizer aos outros quando estão cansadas e precisam ir embora, que não é permitido que se faça tal coisa em suas casas, ou ainda que não podem dar aquela carona solicitada pelo amigo. Ou seja, conseguem de forma tranquila, colocar os limites adequados, o que torna suas relações mais saudáveis.
    Já outras pessoas tem grande dificuldade. E a cada limite que não é dado, acumulam um ressentimento. Cada vez que fazem algo contra sua própria vontade, podem até parecer exteriormente tranquilas, mas por dentro a raiva e mágoa estão se acumulando. A cada “sapo” que engolem, aumenta a sua inquietação interior. Até que chega num determinado momento que é a gota d’água. A raiva se torna tão grande que supera o medo de colocar limites. Aí sua reação é intensa, agressiva, e é possível que venha a falar tudo que não falou até aquele momento.

    A raiva pode esconder uma necessidade de manipular o outro. Uma filha que se sente culpada quando sua mãe fica com raiva estará bastante suscetível a fazer o que esta mãe quer, e não a sua própria vontade. Pode se estabelecer um grande jogo de culpa e manipulação recheado de ressentimentos que as vezes perdura a vida inteira.

    Raiva de alguém que não nos perdoou, esconde que ainda não nos perdoamos. As vezes estamos com raiva de alguém por que essa pessoa não nos perdoou por algo que fizemos e já assumimos o erro e nos desculpamos. Na verdade, nós é que ainda não nos perdoamos. Estamos contando que o outro nos perdoe para que possamos finalmente nos perdoar. É como se o outro fosse o detentor do poder de nos devolver a paz interior. Ficamos então com raiva da pessoa por que ela não nos libera. Mas é claro que podemos nos liberar, mesmo que o outro ainda tenha mágoa. Como não conseguimos ver dessa maneira, sofremos.
    A raiva pode esconder a necessidade de reconhecimento. Fazemos muitas coisas esperando algum tipo de reconhecimento. A princípio dizemos que não necessitamos de nada disso. Mas quando o reconhecimento não vem, sentimos raiva das pessoas.
    Outras vezes, alguém fez algo que não gostamos. A raiva surge como uma forma de tentar fazer com o outro se sinta culpado, reconheça o que nos fez, nos peça desculpas e diga o quanto foi injusto.
    A raiva pode esconder um sentimento de rejeição. Pessoas que foram abandonadas, seja pelo pais, parceiros ou outras figuras importantes ,sentem-se rejeitadas. A rejeição é muito incômoda por que normalmente achamos, consciente ou inconscientemente, que temos algo de muito errado, que não somos dignos de receber amor. Essa dor pode ser mascarada e tudo que demonstramos é a nossa mágoa, raiva e desprezo por aquele que nos abandonou. É como se disséssemos: “Você me rejeitou e me fez sentir que não tenho valor algum, eu não quero entrar em contato com esse sentimento, não sei lidar com ele. Prefiro demonstrar que tenho raiva de você, provar que você é injusto, ingrato; que é uma má pessoa!”
    A raiva pode esconder o sentimento de impotência ou uma não aceitação do momento presente. Aconteceu algo e não há absolutamente o que fazer naquele momento. O carro quebrou e você está com muita pressa. O funcionário perdeu um documento muito importante. A empresa aérea lhe vendeu um bilhete mas não tinha vaga no avião. Está chovendo muito no feriado e você havia planejado ir a praia.
    A raiva dos outros pode esconder a raiva que você sente de você mesmo. Fizemos algo teoricamente contra a nossa vontade por que alguém pediu. Na realidade, fizemos porque queremos ser aceitos e temos medo da rejeição. Aí ficamos com raiva da pessoa, talvez achando que ela é uma exploradora e que somos sua vítima. Analisando mais profundamente, na verdade estamos com raiva de nós mesmos por termos feito algo que não queríamos; raiva por não termos sido capaz de dizer um simples não, raiva de sermos tão dependentes.
    Existem inúmeras outras nuances que a raiva pode estar apenas mascarando. Poderia listar aqui muitas outras delas. Normalmente, ela vai esconder uma mistura de vários sentimentos. Mascaramos nossas fragilidades. Sentido-se fraco, o ego se esconde atrás de uma aparente capa de força e agressividade, para assustar, manipular os outros ou as situações da vida. É como alguns animais pequenos e inofensivos fazem na natureza. Quando estão acuados, tem uns que inflam o papo, se arrepiam, abrem as asas ou um leque de penas. Tudo para parecer maior e mais forte.
    André Lima

  2. Elaine disse:

    ESTEJA ATENTO AO MOMENTO – OSHO

    Sempre que ocorre uma mudança, qualquer tipo de mudança, as coisas ficam mais nítidas. Quando a mudança incomoda você, todas as suas perturbações interiores vêm à tona.

    Quando vocês dois estão se sentindo perturbados, e ambos estão tentando jogar a responsabilidade nos ombros do outro, tente ver o que está acontecendo.

    Tente ver dentro de você; o outro nunca é responsável. Lembre-se disso como um mantra: o outro nunca é responsável.

    Só observe, nada mais do que isso. E se você for sábio no momento. não haverá nenhum problema. Todo mundo só se torna sábio depois que o momento passou, e a sabedoria retrospectiva não vale nada.

    Se você está acusando a outra pessoa, precisa tomar consciência nesse exato momento, e deixar que essa consciência funcione. Imediatamente você descartará essa acusação.

    Mas, se você já fez tudo — brigou, resmungou, reclamou — e depois recuperou a sabedoria e viu que nada daquilo fez sentido, é tarde demais. Não adianta mais,
    o leite já foi derramado.

    Essa sabedoria é apenas uma pseudossabedoria. Ela dá a você a sensação de que compreendeu. Esse é um truque do ego. Essa sabedoria não vai ajudar em nada.

    Quando estiver fazendo alguma coisa, nesse exato momento, simultaneamente, a consciência precisa despertar para que você veja que isso é inútil. Se você conseguir ver isso no momento exato, não conseguirá ir adiante.

    A pessoa nunca vai contra a própria consciência, e se for, isso é sinal de que essa consciência não é consciência coisa nenhuma. Trata-se de outra coisa.

    Então, lembre-se, o outro nunca é responsável por nada. Trata-se de algo fervendo dentro de você. E é claro que a pessoa que ama está próxima a você.

    Você não pode jogar a culpa num estranho que passe por você na rua. por isso a pessoa mais próxima torna-se o alvo para o qual você dirige todas as suas insensatezes.

    Mas isso precisa ser evitado, porque o amor é muito frágil. Se você exagerar, se for além da conta, o amor pode acabar.

    O outro nunca é responsável. Tente fazer disso um estado permanente de consciência em você: sempre que começar a ver algo errado na outra pessoa,
    lembre-se.

    Sempre que se pegar em flagrante, você vai se lembrar de que o outro não é responsável.

Deixe um comentário